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A NOVA ERA DOS

DIGITAL INFLUENCERS MIRINS

 

“Não se discute a realidade delas de serem crianças, elas estão

a viver um mundo adulto para o qual não estão preparadas.

Por  Géssica Nery

Com seus smartphones em mãos, eles relatam sua rotina em stories no Instagram e fazem DIY (Faça-você-mesmo) no YouTube. São os digital influencers mirins, crianças inseridas no extenso e perigoso universo virtual. Cada vez mais precoces, e em sua maioria, influenciadas pelos pais, as crianças estão se tornando astros da mídia moderna.

Segundo pesquisa realizada pela Intel Security, 83% dos usuários entre 8 e 12 anos já estão ativos nas redes sociais, e a maioria criou sua conta no Facebook quando tinha entre 8 e 10 anos de idade. O estudo ouviu um total de 507 crianças, dessas, quase 30% passam de 2 a 5 horas por dia usando dispositivo móvel e mais da metade (59%) utilizam esse tempo em mídias sociais.

A pesquisa ainda diz que 97% dos pais entrevistados afirmam já terem discutido com seu filho sobre os riscos dessas ferramentas, 84% dizem que já tentaram monitorar o comportamento do filho na internet.

O professor e psicólogo José Costa destaca os problemas ocasionados a partir do uso exagerado e precoce das mídias e tecnologias digitais, visto que possuem ligação direta com a desadaptação, e, consequentemente, o desenvolvimento de quadros patológicos levando ao estresse ou a quadros de depressão. “Essas ações são extremamente negativas e prejudiciais ao desenvolvimento da criança, ao processo de aprendizagem e ao mundo de relações para interação social, e desenvolvem, muitas vezes, quadros de doenças complicadas como ansiedade e depressão”, alerta.

Os pais modernos se tornaram aqueles que expõem e integram seus filhos na mídia, os introduzindo em um mundo repleto de superficialidades e individualismo. José Costa ainda explica que “se a criança nasce e logo é exposta a essas mídias, a essas tecnologias, ela não sabe que existem outras formas de se desenvolver. Então, vai se desenvolver alí um quadro que quebra com as rotinas ditas normais existentes no passado”.

Há em Maceió algumas escolas especializadas em tecnologias digitais, que oferecem cursos para crianças e adolescentes entre 5 e 16 anos, entre eles estão os cursos de programação e desenvolvimento de games, e robótica. Há, também, um curso de férias para crianças de 9 a 12 anos, onde aprendem a se tornar youtubers, tendo noções de edição de vídeos, divulgação etc.

Radijan Ferreira é pai do Raian de 13 anos, que possui um canal no Youtube sobre Games. “Depois de criar o canal do Youtube, o Raian melhorou bastante o desempenho na escola, além de ter melhorado a coordenação no futebol. Ele também está bem mais atento e desenvolto. No início ele perdia muito tempo na internet, se isolava, mas isso melhorou bastante também”, afirma Radijan.

Um dos benefícios apontados por uma escola em específico é que “ao completar o curso todo, o aluno está altamente qualificado ao mercado de trabalho, mesmo com pouca idade, ou apto a criar sua própria startup de tecnologia, graças também a nossa base de empreendedorismo”.

O professor e psicólogo José Costa também diz ser contra esse tipo de curso e que não faz qualquer sentido isso acontecer. “Não se discute a realidade delas de serem crianças, elas estão a viver um mundo adulto para o qual não estão preparadas. Uma coisa é ensinar a usar as novas tecnologias para o desenvolvimento efetivo, capaz e positivo da criança, outra coisa é expor a criança a esses fins, com o objetivo de obter lucro, que é o que está a acontecer”, esclarece.

 

 

Fontes: http://www.ligacaoteen.com.br/geek-games/pesquisa-da-intel-security-revela-o-comportamento-de-criancas-e-adolescentes-na-internet/67975/

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