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Influenciadores digitais e a política em Alagoas


Influenciadores instigam seguidores em a votar ou não em determinado candidato.

Por:  Ariane Felix

Frequentemente são observadas equipes de propaganda que usam um arsenal de ferramentas para rastrear, mapear e tentar persuadir pessoas, nessa fase de disputa eleitoral, sobretudo as que vivem conectadas no meio digital.

 

Não é à toa que nossos dados pessoais disponíveis na web são estrategicamente utilizados por empresas de marketing para produção de materiais em benefício próprio, sempre com a malícia de convencer a votar no candidato que eles apoiam. De maneira progressiva e cada vez mais usada como artifício na disputa as redes sociais estão evoluindo para palcos de lutas externas; utilizando armas digitais que nem sempre estão dentro dos limites ético-morais.

 

Por sua vez, cada vez mais adeptos no mundo das celebridades da internet optam pela não isenção quando a questão é política, sobretudo nas últimas eleições. Porém, exemplos de exceções são alguns “personagens” que ganharam visibilidade na internet, como é o caso dos youtubers famosos como Felipe Neto, Jout Jout e Kéfera, estes não arriscaram declarar apoio a ninguém. Em oposição encontram-se alguns influenciadores digitais que têm usado seu prestígio nas redes para conseguir votos e fazer campanha para candidatos simpatizantes.

 

Os bastidores da disputa eleitoral no meio virtual

 

Dentre as soluções digitais oferecidas para as campanhas no Brasil, além do monitoramento de mídias sociais, existe uma espécie de robô compartilhador de conteúdo  – na maioria das vezes um serviço pago - homologado principalmente pelas duas maiores redes que são o Facebook e o Instagram.

 

Além de softwares, existem empresas que oferecem serviços de consultoria, um tipo gestão das mídias sociais que faz uso das ferramentas tecnológicas para vários clientes/candidatos, com o argumento de que muitos candidatos e comitivas de campanhas ainda não lidam bem com o uso da tecnologia e que também não dispõem de profissionais capacitados na área. Contudo, se tornou natural que as empresas do ramo ofereçam esse tipo de serviço de forma profissionalizada. A legislação eleitoral é clara em dizer que é proibido pagar por anúncios nas redes sociais e/ou impulsionar publicações na internet durante o período das campanhas, mas não mensiona nada sobre o uso de robôs eletrônicos que promovem os candidatos.

 

Fora do período eleitoral, esses recursos são usados de forma similar, contudo,  ao invés de entrar na corrida em busca de votos, o objetivo é encontrar consumidores de produtos e serviços oferecidos pela empresa.

 

O que pensam os políticos

 

O jornalista e ex-deputado estadual por Alagoas Jeferson Morais (PRTB) contou, em entrevista, o que acha das redes sociais como ferramenta de divulgação política. O ex-parlamentar diz que, desde que usadas de forma civilizada, as redes sociais são importantes e o problema é que muitas pessoas não conhecem esses limites. “O jogo sujo na política é histórico. Com a internet essa maldade foi ampliada”. Uma calúnia, repetidas vezes pode destruir uma reputação”, disse Jeferson e complementou: “É muito desagradável ser alvo de ataques nas redes. Colocam como suas ações que nunca praticou. O pior é que a maioria das pessoas acredita numa informação sem sequer checar a veracidade. Nós jornalistas precisamos ensinar as pessoas que nem sempre o que é publicado é verdadeiro. É salutar checar a fonte”.

 

O publicitário Arthur Paredes trabalha com marketing digital e  acredita que a internet é o futuro das campanhas eleitorais. Para ele, por trás das campanhas na internet existe, muitas vezes, um submundo imoral e ilegal de perfis fakes, ataques duvidosos, material calunioso, ações de militantes envolvidos em alguma coordenação política e ainda a produção de memes e uso criminoso de tecnologia. Tudo isso propositalmente com o objetivo de ajudar a minar a reputação e credibilidade dos rivais na política.

 

Sabe-se que, geralmente, os eleitores que curtem a página de um determinado candidato e, muitas vezes involuntariamente, inscrevem-se para receber e-mails e mensagens. Ao clicar, o eleitor passa a compartilhar automaticamente o material de campanha que está disponível online. Contudo, quase nunca se tem acesso ao perfil de ninguém e há uma ética nas publicações que são feitas sempre respeitando as configurações de privacidade do internauta. Aparentemente, isso faz um grande diferencial na propagação do material, justamente porque esse tipo de divulgação é feita por pessoas reais com redes e IPs seguros.

 

“Os organizadores das campanhas políticas na internet estão percebendo a não eficácia do uso e contratação de militantes, internautas pagos ou perfis falsos nas redes sociais para atacar moralmente o seu adversário e estão buscando soluções mais profissionais", finaliza Arthur.

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