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BASTIDORES DA COZINHA

 

Rotina e formação de cozinheiros em Alagoas

Por: Carolina Neris

A profissão de cozinheiro ganhou destaque nos últimos nos anos e esse fenômeno em parte se deve aos programas televisivos que apresentam as habilidades de um chef de cozinha. Além do prestígio, cresceu também a procura por cursos de nível técnico e superior na área de gastronomia. Alagoas segue a tendência e ganhou espaço e destaque no cenário nacional com a participação de chefs em realities, feiras e circuitos gastronômicos.

Contudo, a formação do cozinheiro não é tão glamorosa como nos programas de TV, assim explica o cozinheiro e professor de gastronomia Marcos André Vieira de Oliveira “A profissão é dura. São mais de 8h em pé numa cozinha. E depois desse boom dos programas de culinária na televisão se vislumbrou um título de Chef, que na prática tem pouco glamour daquilo que é mostrado na tevê. Porque esse título é na verdade, um reconhecimento do próprio mercado ao profissional que já tem muito tempo e experiência na sua área. Hoje os alunos já entram na faculdade, mal pegam nas facas e já se autoproclamam "Chefs". Há uma distorção e uma falsa glamourização”, diz.

Professor Marcos em sala de aula 1.jpg

Marcos é um exemplo da jornada que forma um cozinheiro profissional. Desde criança conviveu em um ambiente de produção e consumo de produtos naturais, manipulação de chás, lambedores, ervas e especiarias. A família do cozinheiro também produzia seus próprios queijos, requeijões, além de ter tias boleiras. O DNA da cozinha estava em Marcos e essas memórias afetivas o levaram a embarcar no universo da gastronomia pela curiosidade de transformar alimentos em comida. O que começou como estudo transformou-se em profissão. Marcos abandonou a advocacia, que exercia há 15 anos, para ser cozinheiro e professor de gastronomia.

Decidido a investir na gastronomia e a ser docente, Marcos conta como foi sua preparação: “Fiz todos os cursos possíveis: cozinheiro básico, aproveitamento de alimentos, curso de conservas, cozinheiro profissional e depois o superior de Gastronomia. Consequentemente, depois vieram as especializações”. Hoje ele leciona de Técnicas Básicas de Cozinha, Cozinha Fria, Cozinha Mediterrânea, Serviços de Chá & Café, Eventos e Buffet. Marcos conta ainda que tem cursos de barista profissional(profissional que trabalha com café), cursos de Produção de eventos e especialização em cozinha internacional.

Questionado sobre a área de trabalho no estado ele ressalta a carência de uma organização da classe e as características necessárias para que os novos cozinheiros encontrem trabalho. “O mercado exige pesquisa, perspicácia, aperfeiçoamento, empreendedorismo, conhecimento de comércio local, criatividade e também criação de uma entidade que represente os profissionais estabelecendo piso, carga horária, direitos e deveres. Sem esses fatores, por melhor cozinheiro que a pessoa seja, não conseguirá obter sucesso, não conseguirá abrir um negócio, não consegue melhor salário” conclui Marcos.

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