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MARECHAL,

O QUE VI DE VOCÊ

Por:  Santina Vitória

Voltei séculos para observar a arquitetura, o zelo pelo bem feito, as mãos negras na construção... Vi poços fundos, senzalas e fossas. Alguns nomes estavam cravados. Era morte no chão! Fundada para proteger a planta sagrada, nosso pau-brasil, Marechal Deodoro oferece mais do que vimos nos livros, pois revela a dor, o sofrimento, a luta e ambição humana. Quem passa por esta cidade se sente dentro da história.

Hoje a cidade exala simplicidade, afeto e ótima acolhida. Aqui tem boa comida e música de qualidade. A memória cultural é presente. Está tudo tão calmo às doze da manhã, os garotos estão largando da escola, as pessoas andam sem pressa pelas ruas, já se aproxima a hora do almoço. A prefeitura está de portas abertas, que diferença da capital atual, que pra falar com as "autoridades" é preciso audiência.

 O progresso chegou junto aos carros lotados de turistas, eles passam sobre a estrada de pedras e deixam muitas cruzes para trás. O convento está fechado e a igreja é ponto de encontro. Não viemos rezar, vamos registrar o cartão postal. O sol castiga, ele cobra respeito. Tem convite da Manguaba que refresca a vista e é sustento. Marechal é o Brasil no nordeste, o calor do abraço, a paz do interior e a persistência da fé em suas complexas e diversas manifestações.

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