
À DERIVA
Por: Olívio Candido
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Por: Olívio Candido
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À DERIVA
Por: Olívio Candido
À DERIVA
Por: Olívio Candido
O FENÔMENO DESCONHECIDO DO BAIRRO PINHEIRO
Autoridades buscam respostas para o fato e moradores não sabem como proceder
Por: G. Kíria Monteiro
Medo, insegurança e rachaduras por todo lugar tem feito parte da rotina dos moradores do bairro do Pinheiro. Eles estão presenciando um fenômeno considerado inédito para muitos pesquisadores, que desconhecem o motivo exato dos eventos que vêm acontecendo, apenas especulando sobre as causas. As rachaduras se tornaram mais conhecidas há um ano, mas esse fenômeno vem ocorrendo desde a década de 70. O caso virou notícia em todo o Brasil.
Ainda sem motivos confirmados, a Defesa Civil continua apurando o caso e fazendo o procedimento de evacuação das casas em áreas de risco do bairro. Para o geógrafo João Antônio, o fenômeno parece ser uma acomodação do solo, consistindo no afundamento da superfície ocasionado por espaços vazios no subsolo.

“Esses espaços vazios surgem de forma natural (atividade geológica) ou por ação do ser humano (caso da Braskem). Então a camada superficial fica oca e por ação da própria gravidade da terra ou por ação do ser humano mesmo acaba afundando”, disse o geógrafo.
O bairro já enfrentava uma situação complicada no período de chuvas há décadas. As ruas alagam a ponto de serem interditadas. Agora a preocupação é redobrada, porque com as chuvas e o alagamento, as rachaduras tendem a aparecer ainda mais.
Após fortes chuvas, a rua Augusto Calheiros está interditada pelo aparecimento de duas crateras no chão. A Defesa Civil pediu para os moradores de dois prédios da região evacuarem o local. Uma casa transversal a esse trecho está totalmente torta com a presença de rachaduras, segundo moradores o imóvel está desativado há mais de um mês.
Entenda o caso
Em fevereiro de 2018, durante o período chuvoso, as rachaduras começaram a aparecer afetando três quarteirões do bairro. No mês seguinte a situação piorou após um tremor de 2,5 na escala Richter. Depois surgiram crateras e rachaduras em imóveis, o caso chamou mais atenção quando um piso de um apartamento afundou, assustando moradores.
No começo de 2019 a Defesa Civil pediu para evacuar um prédio e interditar uma rua por questão de segurança. O prefeito Rui Palmeira solicitou a ajuda do Governo Federal para investigar a causa e o governador Renan Filho afirmou a vontade de trazer profissionais do mundo inteiro para fazer pesquisas no bairro. O presidente Jair Bolsonaro também se pronunciou sobre o caso.
O mapa do bairro está sendo atualizado sobre as possíveis áreas de risco com a possibilidade de evacuação. A ideia é retirar os moradores das áreas mais problemáticas antes de abril, onde começa o tempo de chuvas. A informação foi dada em uma conversa com um agente da Defesa Civil que não quis conceder entrevista.
Os moradores estão com a opinião dividida, alguns já saíram do local, outros não saíram porque não se assustam com a situação, e alguns não saíram do local porque não tem para onde ir.
“Reformei meu apartamento tem 4 meses e as rachaduras voltaram a aparecer, meu vizinho disse que só não me ver dormindo no quarto porque o guarda roupa está cobrindo a rachadura de um palmo. Não tenho para onde ir, estou guardando tudo nas caixas porque se a qualquer momento pedirem para sair, eu vou ter que sair. No meu prédio só tem eu e mais 4 moradores, a situação tá feia”, afirma Dona Gláucia de Fátima, moradora do bairro.