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O PLANO ECONÔMICO DO GOVERNO BOLSONARO: OS DILEMAS QUE IRÃO SER ENFRENTADOS NOS PRÓXIMOS ANOS

A economista e doutora em desenvolvimento econômico, Luciana Caetano da Silva, destrincha inseguranças sobre como será o governo Bolsonaro. E explica que “O desafio de cada governo é provar que tem competência para gerir o orçamento público”

Por  Leila Falcão

O Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou, que a probabilidade do Brasil atingir um crescimento razoável na Economia Mundial seja de 1,4% a 2,4% entre os primeiros meses de 2019 da administração.

 

A expectativa da nova gestão em ascensão e as diversas modificações nas diretrizes governamentais, realizadas pelo então presidente da república Jair Messias Bolsonaro, cria o que os especialistas nas áreas contábeis chamam de “Balança Giratória”. O que nada mais é que a indefinição sobre como será a previsão da poupança brasileira, dado que as propostas da administração visa os preceitos fundamentados na economia de lucro a curto prazo.

O FMI ainda ressalta que o Brasil está encaminhando para a recuperação da recessão de 2015-2016, mesmo que lentamente. Contudo é fato que mesmo que haja uma inclinação do aumento do produto interno bruto (PIB), dentre alguns anos, ainda terá o fator influência da política monetária dos EUA sobre a expansão em relação aos outros países emergentes.

 

De acordo com o vice-diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas do Fundo Monetário Internacional, Gian Maria Milesi-Ferretti, antes de tudo é necessário reformar as estruturas no Brasil para depois firmar metas de rankings. “Elas são necessárias para a melhora das condições fiscais”.

Os dois lados da moeda

 

Desde a crise de 2016, o governo traz algumas propostas para “melhorar” o desempenho e estabilidade socioeconômica do povo. Uma delas é  problemática em torno da Reforma da Previdência, que  é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para fazer “mudanças” na Previdência Social e na concessão de aposentadorias, benefícios e pensões para os brasileiros.

 

Na visão da economista e doutora Luciana Caetano, essa proposta de reformulação da previdência é uma método a favor de quatro grupos que ocupam o poder. Pois a previdência complementar não dá nenhuma garantia ao trabalhador e sim a elite. “Em outras palavras, a reforma previdenciária está sendo vendida como uma condição de equilibrar as contas de governo quando, na verdade, nem de longe ela passa pela extinção de privilégios ao judiciário, aos parlamentares, às forças armadas e ao chefe do poder executivo central. A previdência é uma poupança de longo de prazo na qual muitos empresários estão de olho para financiar seus negócios”, falou ela.

 

Já para o representante do Fundo Monetário Internacional Milesi-Ferretti, afirmar que a condição de reformular a previdência não é algo para o coletivo, e sim para uma seleção específica do poder, é quase uma hipérbole criada pelo movimento esquerda dos partidos opostos. “A reforma da Previdência Social é essencial para assegurar a sustentabilidade fiscal e garantir justiça, dado que os gastos com pensões são elevados e estão subindo e as aposentadorias são indevidamente generosas para alguns segmentos da população”, disse ele.

 

A Câmara dos Deputados recebeu a Proposta, mas não há um prazo legal para aprovar – ou não.

 

Medo à flor da pele

 

Já é praxe da vida do brasileiro ter incertezas quanto ao futuro de sua nação, uma vez que a fama da política brasileira não é patrimônio apreciado. Desde o início das campanhas eleitorais que o ambiente de inconformismo se tornou lugar de medo, pois há anos o Partido dos Trabalhadores (PT) tinha controle sob a política direta do país. Agora, uma sociedade de direita entra no poder para “transformar” a ficha suja do Brasil em pureza politicamente correta. Mas como saber se a promessa não é igual às outras? Como provar que esse era é o lugar da mudança na vida de todas as classes pertencentes ao país?

 

Segundo o professor e especialista em comportamento humano Henrique Cardoso,  as pessoas quando sujeitas ao medo ou situações que as impeça de confiar em alguém elas tendem a ir contra isso. “É uma forma de proteção por antecipação”. Isto reflete exatamente como as emoções dos brasileiros são afetadas atualmente, no cenário brusco e confuso que estão situados no governo Bolsonaro.

 

Conforme Luciana Caetano, professora e doutora em economia, no atual regime,  não existe nada que se revele positivo para a conjuntura do Brasil, e o medo presente na população só confirma suas ideologias. “Em quesito economia e crescimento fiscal, as expectativas para 2019 são baixa taxa de crescimento do PIB e do emprego, fora pouca habilidade em diplomacia internacional. Dito isso, a recuperação do consumo  está condicionada à revogação da reforma trabalhista e emenda constitucional do congelamento dos gastos públicos”, afirmou ela.

 

O professor de geografia Radjan Ferreira de Lima, expõe seu descontentamento quanto a propagação do governo atual. “Eu particularmente não confio em governo algum, toda vez é a mesma coisa: corrupção e inflação no bolso do povo trabalhador. Se esse governo do Bolsonaro vai trazer benefício ou coisas boas pra população? É bem difícil dizer, pois nem ele mesmo sabe expressar o que quer, imagina na execução de uma economia produtiva e benéfica a todos”, disse Radjan.

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