
À DERIVA
Por: Olívio Candido
À DERIVA
Por: Olívio Candido
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Por: Olívio Candido
À DERIVA
Por: Olívio Candido
À DERIVA
Por: Olívio Candido
O audiovisual produzido pelas mulheres ganha incentivo
Alagoas recebe investimentos para o audiovisual com parceria da Ancine e Fmac
Por: Blenda Machado
Mergulhar no universo do audiovisual alagoano é um desafio, tanto para homens quanto para mulheres. Nos últimos tempos a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) e Agência Nacional de Cinema (Ancine) formalizaram investimentos em prol do audiovisual. O encontro, que foi realizado no dia 22 de janeiro 2019, no prédio da Ancine, localizado no Rio de Janeiro, com o presidente da FMAC, Vinícius Palmeira, que participou com o secretário de Políticas de Financiamento da Ancine, Ricardo Pecorari, a reunião teve como objetivo discutir futuros investimentos e formalizar parceria com duas instituições um investimento de R$ 6 milhões ao setor do audiovisual em Maceió.
Em entrevista ao portal Alagoas Notícias 24 horas, Vinicius Palmeira disse que o tempo da reunião foi de discussão e planejamento do desempenho que serão desenvolvidas nos próximos anos. ‘‘Agendamos a reunião para o fechamento do Arranjo Regional do Audiovisual da capital, um convênio histórico para o desenvolvimento do segmento. Será o maior recurso já captado para gestão cultural na nossa cidade’’, afirmou.

‘‘Além disso, fomos discutir os detalhes do convênio com os executivos da Secretaria de Economia, e um gesto de afirmação de nosso compromisso ao lado do gestor financeiro e pagador da contrapartida de R$ 1 milhão’’, completou o presidente da Fmac.
MULHERES QUE TRANSFORMAM E INSPIRAM NO AUDIOVISUAL
A criação de filme ou peça teatral remete sempre uma história de vida real ou ficção, trazendo reflexões que podem transformar e trazer uma nova visão de mundo para sociedade. Natural de São Paulo, Adriana Manolio é autora teatral, redatora e produtora. Mora em Maceió desde 1999, e desde então vem desenvolvendo e produzindo projetos culturais e audiovisuais. Participou como assistente de produção local e coordenação de produção local nos longas-metragens: "Paraísos artificiais" (ficção dirigida por Marcos Prado e produzida por José Padilha); "O fim e os Meios" (ficção do cineasta Murilo Salles). Participou também da produção executiva, roteiro e dos curta-metragens: "Lá vem Juvenal" (documentário sobre o maior jóquei do Brasil); “Um vestido para Lia” (ficção infanto-juvenil para TV Brasil); “Zé da Burra” (festival claro curtas); “Um menino diferente” (festival claro curtas) roteiro e produção; Para a TV, participou como assistente de produção dos seguintes trabalhos: A Corrida Milionária (reality show da Disney abc international); Alagoas arte e cultura (makingoff do filme “O Bem Amado”); Esporte espetacular ( especial de turfe com Juvenal Machado). Na área da publicidade recebeu 4 prêmios Guerreiros da Criação (melhores do ano) 2009 e 2010 - Produção; e 2 prêmios da TV Gazeta 2010 - Produção. No teatro: Ganhou o Prêmio Funarte 2011 com a peça infantil sobre meio ambiente “O mistério para salvar o planeta’.” Na fotografia fez a produção da edição de 30 anos da revista VOGUE Brasil, com a modelo Naomi Campbell.
Ela conta que teve um motorista que não aceitava ordem de mulher. ‘‘De qualquer maneira tem as dificuldades normais de ser mulher, por exemplo se eu for entrar em uma favela, preciso estar acompanhada. Existem alguns lugares que não temos acesso tão simples. A pessoa que é competente ela é respeitada em todos os lugares. Por exemplo os meninos me respeitam, mas porque, eu os trato da forma que eu gostaria de ser tratada, quem briga pela equipe sou eu; independentemente de ser mulher ou homem, quando a gente trata as pessoas de uma forma que elas façam as coisas por você e não para você, essas coisas ficam bem menores. ’’ afirma.
Ela nos conta de onde vem tanta inspiração para produzir. ‘‘As inspirações vêm através das pessoas, por exemplo, acabei de fazer um trabalho incrível de um clipe do novíssimo Edgar, um rapper maravilhoso! E que tem uma história de vida incrível e que inspira. Ele é um menino que foi morador de rua, que bebia e hoje é um exemplo. Ele é criativo, inteligente, rápido e pronto! Isso daí, já deu um ânimo para o meu começo de ano, de poder estar com o Gabriel Novisque que é uma inspiração que é um menino novo, incrível e lindo! Que está fazendo uma história linda’’, ressalta.
O processo de investimento para o audiovisual é importante para o estado de Alagoas, para manter esses artistas e exibir um filme, requer um custo, essa parceria da Ancine juntamente com a Fmac é fundamental, motiva a todos os que participam da produção de um filme, deixando os cineastas com esperança desse mundo que encanta a todos do audiovisual.
No mundo do audiovisual, passa do processo de criação de roteiro, planejamento de cenas, ângulos, fotografias, figurinos e personagens, por fim passando pelo processo de edição, o diretor acompanha desde início até o fim da produção dando as coordenadas para que o filme seja um espetáculo. Porém nem sempre sai como o esperado, exige muito da criatividade, paciência e amor; o tempo é precioso para que no final o produtor alcance seu objetivo e dos telespectadores. ‘‘É ser uma resolvedora de problemas, não importa se é no audiovisual, se é no teatro, enfim. Eu falo que produção não é profissão! É síndrome, a gente vai ter que tomar remédio controlado, porque não é possível a pessoa ter uma vida só e conseguir viver nessa adrenalina’’, afirma Adriana.
AUDIOVISUAL PRODUZIDO POR MULHERES GANHA VISIBILIDADE NACIONAL
O audiovisual em Alagoas produzido pelas mulheres está crescendo e ganhando destaque nacionalmente como é o caso da paulistana Luiza Leal, radicada em Maceió, participou do programa da Fátima Bernardes falando sobre o seu documentário Admirável Mundo Destro onde ela conta um pouco sobre o mundo de quem é canhoto.
O filme foi lançado no dia 16 de agosto (dia mundial dos canhotos) no Johny’s, em Maceió. O Admirável Mundo Destro, tem por intuito levar a imaginação dos telespectadores para uma visita as cidades no Brasil e na Europa para mostrar o cotidiano em comum de quem nasceu à esquerda da sociedade e refletir sobre o fato de que o lado esquerdo tem sido associado a aspectos preconceitosos na sociedade.
As imagens foram rodadas no estado de Alagoas nas cidades de Maceió, Rio Largo, Bodocó e no estado de Pernambuco na cidade de Ouricuri e além de Londres, (Inglaterra). ‘‘Eu sempre tive essa ideia na minha cabeça, falar sobre o universo das pessoas que são canhotas, por ser canhota me gerou muita curiosidade, por isso quis fazer algo nesse sentido. O filme foi meu trabalho de conclusão de jornalismo. Então, o maior desafio acho que foi fazer um filme sem experiência, porque era o meu primeiro trabalho, eu já tinha estudado muito, tinha muita teoria e experiência na prática zero’’, declara.
‘‘Produzir um filme com uma equipe de duas pessoas, que foi eu a Karina. E sem orçamento nenhum esse foi maior desafio. E tentar apresentar um tema que até então não parecia hever interesse na sociedade, não havia nenhum debate sobre isso. Vemos muita coisa na internet, sobre curiosidade sobre canhoto, mas não existe uma linha acadêmica, pelo menos no Brasil’’, ressalta.
Ela conta sua experiência e desafios que as mulheres alagoanas enfrentam no audiovisual. Atualmente, é empreendedora do Piracema Studio, uma empresa de conteúdo de audiovisual. Com a criação do projeto do filme, teve a ideia de desenvolver uma plataforma multimidia criando um site ‘Nação Canhota’ e que pudesse fazer a diferença e conectar pessoas canhotas de diversos lugares do mundo. ‘‘Eu acredito que por ser um assunto universal e tão carente de informações jornalísticas. E por ser um tema importante acabou chamando atenção de pessoas de diferentes lugares. O mais legal de participar do programa da Fátima Bernardes foi representar o audiovisual alagoano e também de poder representar as mulheres. Como mulher cineasta e também levar esse assunto que estava fora do debate da imprensa brasileira e fomentar esta pauta’’, afirma.
As mulheres são guerreiras no contexto do audiovisual. De acordo com Luiza, na última pesquisa da Ancine as mulheres não representam apenas 20% dos cargos de diretoras e roteiristas no cenário brasileiro. Portanto, isso não só retrata o mercado do audiovisual masculino, mas também, acaba criando um clima de opressão e insegurança para as mulheres. Fazendo com que as próprias mulheres não se sintam incapazes de dirigir um filme. Sabe? Parece que falta aquele impulso de segurança e acolhimento para que todas as mulheres se sintam empoderadas para assumir cargos de liderança no cinema. ‘‘É muito difícil quebrar o preconceito. Eu enfrentei isso e enfrento até hoje. Foi muito difícil para mim assumir a direção do meu filme. Eu acho que só fiz isso porque era uma ideia, que era uma história que eu podia contar. É realmente um ato de coragem uma mulher se dispor a dirigir e a escrever um filme. Eu acho que precisa começar a ser feito uma discussão não só sobre a participação das mulheres no audiovisual, mas também do feminino. O ambiente do trabalho do set de cinema reproduz a lógica masculina, mesmo quando são mulheres trabalhando. A mulher muitas vezes tem que se adaptar a uma postura masculina para poder gerar credibilidade’’, disse.


A produtora Adriana, há 15 anos apaixonada por seu trabalho, sempre consegue arrumar tempo para se envolver em projetos sociais e se diz movida a desafios. Em seu blog ‘‘Luz, câmera produção’’, ela conta sua experiência de trabalhar como produtora. Mostrando como é louco esse universo para as mulheres. Deixando as vezes um pouco de lado o ser feminino, a beleza e a vaidade e partindo para o profissional, a correria, as repetições de cenas e ter que muitas vezes lidar com a mudança de clima. Segundo Adriana, nessa profissão não tem glamor, é sacrifício, amor e missão. Ou seja, quem pensa que entrar nesse universo em busca de fama e dinheiro, está enganado. E por ser mulher ela afirma que em qualquer cenário a mulher terá suas dificuldades, por exemplo, ter que acordar cedo as vezes de madrugada, e correr riscos, como correria de qualquer maneira.
Luiza Leal, 30 anos, produtora e empreendedora, conta que o sonho de produzir nasceu a partir de uma aula de filosofia no colegiado. Na aula o professor ensinava filosofia analisando filmes, através da linguagem audiovisual e da didática ele conseguia trazer significados e visões que estava muito além do que parecia explícito na tela e do entretenimento. Luiza veio de uma família que não tinha uma tradição de ‘‘cinema arte’’, por gostar muito de filosofia e das reflexões filosóficas, ela teve a percepção que o cinema era a linguagem que ela queria usar, com o objetivo de transmitir para as pessoas uma visão de mundo e enxergarem o que não estava evidente. Diante disso, ela se apegou aos livros e cursos profissionalizantes e foi se apaixonando cada vez mais pelo cinema.