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CATOLICISMO EM MACEIÓ: MAIS DE 200 ANOS DA IGREJA NA CAPITAL DE ALAGOAS

Por Pedro Ivon

Com 2000 anos de existência, a Igreja Católica se espalhou pelo mundo todo através de pessoas de fé. Em 1500 os portugueses chegaram ao até então desconhecido território que mais tarde vieram a chamar de Brasil e juntamente com as caravelas vieram sacerdotes católicos e a primeira missa foi celebrada. Foi ainda em período colonial que o catolicismo chegou onde hoje conhecemos por Maceió.

O professor de História do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Álvaro Queiroz, explicou um pouco desse histórico da Igreja Católica em terras maceioenses, contando que “seguindo a tradição colonial e religiosa lusitana, a religião católica acompanhava o processo de ocupação territorial, pois era a confissão oficial do Estado português”. Onde atualmente está localizada a praça D. Pedro II (praça da Catedral) foi feito um engenho de açúcar, chamado de Engenho Maçayó. Dentro desse engenho, segundo o professor, foi feita uma capela dedicada a São Gonçalo do Amarante, que era o principal centro de fé cristã na região.

“Nela eram celebrados os sacramentos, missas, batizados, casamentos, bem como era ministrada a instrução religiosa, isto é, a catequese, geralmente dada pela senhora do engenho. Contudo, a crescente devoção popular à Virgem Maria, típica do catolicismo português, fez com que se mudasse a invocação titular da capela, que passou a ser Nossa Senhora dos Prazeres”, explicou Álvaro, que também é professor do Seminário Arquidiocesano de Maceió. Tudo isso ocorreu somente em 1762, 262 anos depois da chegada das caravelas portuguesas ao Brasil.

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Começando com uma simples capela, a Igreja começou a crescer com os anos, de modo que atualmente é comemorado 200 anos, pois a paróquia Nossa Senhora dos Prazeres foi oficialmente fundada em 1819. O Papa Leão XIII, em 1900, criou a Diocese de Alagoas, que posteriormente, em 1917, teve seu nome alterado para Diocese de Maceió. A elevação à Arquidiocese veio somente em 1920, pelo Papa Bento XV.

 

As ações da Igreja e a comemoração dos 100 anos da Arquidiocese

 

Álvaro Queiroz também falou sobre as ações da Igreja Católica em Alagoas, afirmando que “além de sua função essencialmente religiosa, como a catequese e a missão evangelística, a Igreja Católica desempenhou nas Alagoas, como de resto em todo o Brasil, um importante papel civilizatório e social, nos campos da educação, cultura, ciências, saúde pública, etc”. Especialmente em Maceió, o pároco da região, Cônego João Barbosa Cordeiro, fundou o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, que hoje é conhecido como a Santa Casa de Misericórdia, com o objetivo de socorrer indigentes enfermos que não tinham condições de tratamento digno.

Completando    100    anos    desde    a    elevação    à Arquidiocese em 2020, foi lançada uma Bíblia especial com tradução da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que contém a história arquidiocesana da Igreja em Maceió. “A missão da Igreja não é outra, senão a de anunciar a Palavra de Deus e construir o seu Reino”, disse Dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió, nas primeiras linhas que contam a história da Igreja maceioenses. Informações adicionais também contam que existiram 10 prelados na região em questão, sendo 1 bispo e 9 arcebispos. “Dom Ranulpho foi o mais longínquo arcebispo. Foi ele quem organizou os arquivos da Cúria”, explicou João Medeiros, católico e estudante de História do Campus A.C. Simões, que comprou um dos exemplares da edição comemorativa da Bíblia.

 

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